Faltam poucas horas para a famosa festa dos Óscares. Desde o dia 16 de maio de 1929 que a cerimónia da academia premeia a industria do Cinema, sempre com controvérsia, deixando sempre de lado alguns dos grandes filmes da história muitas das vezes enaltecendo os lugares esperados, mas sempre um acontecimento fantástico, com o gigantesco mediatismo que o universo audiovisual potencia. Vinte e quatro categorias de estrelas tratadas como Estrelas, num endeusamento que embora saibamos falso nos anima e nos faz sonhar.
Cá por casa e à falta de elementos de comparação, os votos vão para "Boyhood" (dos nomeados é o único que vimos até à data) uma brilhante história com doze anos reais em que assistimos aos pequenos nadas da vida que preenchem o dia a dia do crescimento e do envelhecimento; uma delicada expansão do tempo que já tinha sido trabalhada pela fotografia, com a famosa série das irmãs Brown pela mestria de Nicholas Nixon, e que agora temos no cinema de ficção através da dupla criativa entre o realizador Richard Linklater e o ator Ethan Hawke a construírem uma obra que abala saudavelmente a industria do cinema propondo um caminho entre a ficção e o documento profundo assente no quotidiano. A ver e a fazer figas para as estatuetas douradas premiarem a qualidade e a surpresa.